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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Weber e o Positivismo

      As idéias de Weber são muito influenciadas pelo positivismo de Comte (assim como todos os primeiros sociólogos), mas ele quebra um pouco com as propostas de Durkheim. Primeiro porque Weber inova e coloca o aspecto histórico como determinante no processo de análise social (isso porque a Alemanha acaba de ser unificada e é necessário compreender os processos pelos quais isso ocorreu - "interesse pela história como ciência da integração, da memória e do nacionalismo"). O pensamento alemão então se definiu pelo interesse pela história e pelo reconhecimento da diversidade entre os povos, indivíduos, culturas, idéias, organizações sociais.
      Durkheim colocava a sociedade como um organismo social, não se interessando pelos diversos processos históricos pelos quais esse organismo passa ao longo de sua evolução. Já para Weber, "a pesquisa histórica é essencial para a compreensão das sociedades. Essa pesquisa, baseada na coleta de documentos e no esforço interpretativo das fontes, permite um entendimento das diferenças sociais, que seriam, para Weber, de gênese e formação, e não de estágios de evolução", como diria Durkheim.             Vimos que Weber se refere a um "esforço interpretativo das fontes' históricas, que é justamente outro fator que o diferencia de Durkheim e dos positivistas: ele acredita que 'uma sucessão de fatos históricos não faz sentido por si mesma. Para ele, todo historiador trabalha com dados esparsos e fragmentários." Por isso, ele crê que o sociólogo deva dar uma interpretação aos fatos para que, montando-os, façam sentido e levem a uma conclusão sobre a influência da história na formação da sociedade tal qual ela é. Sendo assim, ele não apóia a imparcialidade, como faziam os demais antes dele.
      Novamente quebrando com Durkheim, Weber foca seu estudo não no coletivo, mas no individual. Ele não pega dados gerais para criar especulações sobre os indivíduos: ele parte do indivíduo em si (o agente social) e dá às ações do homem (ações sociais) um caráter intencional, ou seja, tudo o que o agente social realiza, tem sentido, tem objetivo; "estabelece a conexão entre o motivo da ação, a ação propriamente dita e seus efeitos". Sendo assim, cabe ao cientista social procurar os possíveis sentidos para as ações humanas presentes na realidade social.
      Seguindo seu raciocínio, Weber consegue explicar possíveis motivos do porquê da ética protestante levar à obtenção relativamente mais "fácil" de lucro: analisando a valorização do trabalho feita pela ética protestante, que vem desde a educação das crianças nas ciências exatas, no investimento do dinheiro, na poupança, na austeridade (o trabalho dignifica), ele entende que essa ética protestante aliada aos valores capitalistas (burgueses) possibilita um êxito maior na vida econômica e socia

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